SARCOMA EM GATO

21. fevereiro, 2016|Casos Cirúrgicos|Comentários desativados em SARCOMA EM GATO

 

RELATO DE CASO

Foi atendido no Centro Médico Veterinário Life Vet, um animal da espécie felina, raça srd, fêmea, de 14 anos, com aumento de volume em membro torácico esquerdo na região de úmero ate falanges.

Foi solicitado RX da região.

 

Laudo Radiográfico

 

MEMBRO TORÁCICO ESQUERDO

– Aumento de volume dos tecidos moles que se estende desde a articulação úmero rádio ulnar até as falanges, sem evidências de comprometimento ósseo adjacente. Preservação das demais estruturas ósseas e articulares em estudo.

– Não há evidências radiográficas de nódulos com características metastáticas dispersos pelo parênquima pulmonar.

 

EXAME CITOLÓGICO

 

MATERIAL:  Membro torácico esquerdo

MÉTODO DE COLETA: Punção aspirativa por agulha fina

CONCLUSÃO: Achados compatíveis com neoplasia maligna de origem mesenquimal: sugere fibrossarcoma pouco diferenciado ou fibro-histiocitoma maligno (tumor de células gigantes).

 

LAUDO HISTOPATOLÓGICO

Diagnóstico: Nódulos subcutâneos: Sarcoma de baixo grau

O animal foi submetido à amputação do membro torácico esquerdo.

 

LAUDO ANÁTOMO-PATOLÓGICO.

 

Avaliação Macroscópica

Encaminhado fragmento de membro anterior esquerdo medindo 16,0 X 4,0 X 3,0 cm apresentando em região caudal ao coxim (metatarso) aumento de volume medindo 3,0 X 3,0 X 2,0 cm. Ao corte observa-se aumento de volume que se estende até o músculo ventral da região de rádio ulna de superfície lobulada, coloração esbranquiçada, consistência macia e aspecto homogêneo*.

* Fragmento ósseo submetido ao processo de descalcificação.

 

Técnica Histológica

Hematoxilina & Eosina

 

Avaliação Microscópica

A análise microscópica do fragmento de aumento de volume em região caudal ao coxim (metatarso) de membro anterior esquerdo encaminhado revela na derme profunda e estendendo-se ate musculatura proliferação neoplásica de células fusiformes arranjadas em feixes multidirecionais, sustentadas por moderado estroma colagenoso por vezes contendo mucina em moderada quantidade. Essas células exibem citoplasma eosinofílico de contornos indefinidos, núcleo alongado a ovalado e um ou dois nucléolos evidentes. O pleomorfismo é moderado a elevado, e verifica-se moderada quantidade de células bi e multinucleadas, anisocitose e anisocariose acentuados. O índice mitótico é moderado a elevado com figuras de mitoses atípicas. A epiderme apresenta-se integra. Verifica-se no tecido ósseo adjacente áreas de reação periosteal; ausência de infiltração de células neoplásicas. As margens cirúrgicas apresentam-se livres de células neoplásicas.

Diagnóstico:

Membro anterior esquerdo: quadro morfológico compatível com Neoplasia maligna indiferenciada*.

 

 

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LIPOMA EM CÃES

18. fevereiro, 2016|Patologias|Comentários desativados em LIPOMA EM CÃES

LIPOMA

Lipoma é um acúmulo de tecido gorduroso. São tumores benignos e geralmente múltiplos. Podem surgir em qualquer parte do organismo, mas são mais frequentes no subcutâneo. Em geral ocorrem nas regiões mais ricas em tecido adiposo, na gordura retroperitoneal, mediastinal e peritoneal. Apresenta-se como uma massa multilobulada de tecido adiposo, mole e circundada por uma cápsula delgada.

 

LIPOMA EM CÃES

14. fevereiro, 2016|Casos Cirúrgicos|Comentários desativados em LIPOMA EM CÃES

RELATO DE CASO

Foi atendido no Centro Médico Veterinário Life Vet, um animal da espécie canina, raça labrador, macho, de 12 anos, com quadro clínico de taquicardia, taquipnéia, mucosas pálidas, e intensa dilatação abdominal.

Foi realizado uma terapia de suporte para estabilizar o paciente, e coletado sangue para hemograma, urina 1 e bioquímica. Foi solicitado USG e RX abdominal.

 

Laudo Ultrassonográfico:

Fígado rechaçado cranialmente, contornos regulares, bordas finas, parênquima homogêneo e
ecogenicidade mantida. Arquitetura vascular com calibre e trajeto preservados. Vesícula
Biliar com paredes  finas e repleta por conteúdo anecogênico.
Baço de grandes dimensões, opcupando grande parte da cavidade abdominal, com contornos
irregulares e definidos, parênquima finamente grosseiro e ecogenicidade elevada – alteração
infiltrativa?.
Rins simétricos (RE= 8,08cm e o RD= 7,00cm), em topografia habitual, contornos regulares e
definidos com dimensões normais e ecogenicidade mantida. Relação de espessura córticomedular
preservada. Não há sinais de litíase ou hidronefrose.
Bexiga urinária com repleção adequada, paredes finas e conteúdo anecogênico. Não há sinais
de litíase.
Alças intestinais deslocadas dorsalmente, não sendo possivel sua adequada avaliação.

Obs.: devido à grandeza esplênica a adequada avaliação ultrassonográfica ficou prejudicada.

 

Laudo Radiográfico:

REGIÃO(ÕES): TÓRAX//ABDÔMEN 

Imagens radiográficas em projeção laterolateral (decúbito lateral direito)  demonstram:

– cavidade abdominal preenchida e distendida por conteúdo de radiopacidade água e aspecto
heterogêneo, as custas de áreas lineares em permeio, determinando importante

deslocamento cranial da silhueta hepática, cúpula e pilares diafragmáticos dorsocranial silhueta gástrica e dorsal de cólon descendente e alguns dos segmentos de alças intestinais,
compatível com a presença de líquido livre cavitário, não descartando-se a hipótese de
formação – a esclarecer.
– opacificação da porção dorsocaudal dos campos pulmonares,
– área homogênea de radiopacidade água junto à porção cranioventral da cavidade torácica,
podendo estar relacionado com aumento de linfonodo esternal,
– silhueta cardíaca dentro dos limites da normalidade radiográfica,
– lúmen e trajeto traqueal preservados,
– osteófito junto à porção caudal da cavidade glenóide e cabeça umeral.

Mediante o laudo ultrassonofráfico e radiológico o animal foi submetido a laparotomia exploratória, do qual foi retirada uma massa de 8,5 kg.

A massa foi enviada para exame anátomo-patológico.

 

LAUDO ANÁTOMO-PATOLÓGICO.

 

Avaliação Macroscópica

Encaminhado uma formação nodular de região abdominal de superfície lisa esbranquiçada a amarelada,medindo aproximadamente 30,0 x 25,0 x 15,0 cm; ao corte exibe superfície lobulosa esbranquiçada com múltiplas áreas avermelhadas a acastanhadas, de aspecto heterogêneo e untuoso e consistência macia.

 

Técnica Histológica

Hematoxilina & Eosina

Avaliação Microscópica

A análise microscópica da formação nodular encaminhada (região abdominal) revela proliferação neoplásica bem delimitada, não encapsulada, composta por adipócitos maduros sem atipias, com discreta variação do tamanho vacuolar, entremeados por raros lipoblastos típicos e um escasso estroma fibrovascular. Notam-se áreas multifocais, por vezes extensas, de edema intercelular, hemorragia e esteatonecrose. Ausência de outros tipos celulares nos fragmentos representados.

 

Diagnóstico:

Formação nodular, região abdominal: quadro morfológico compatível com Lipoma.

 

 

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ONCOLOGIA VETERINÁRIA

8. novembro, 2015|Patologias|Comentários desativados em ONCOLOGIA VETERINÁRIA

DEFINIÇÃO

Oncologia é um ramo da medicina que estuda os tumores.

Tem origem da palavra grega ONKOS (onco) que significa massa, volume, tumor e do termo LOGIA que significa estudo. Por tanto oncologia é o estudo dos tumores.

 

PRINCÍPIO DE TRATAMENTO DO CÂNCER

 

  • CONSIDERAÇÕES GERAIS

Até duas a três décadas atrás a cirurgia era a principal ação no tratamento de câncer em animais de estimação. Hoje os tumores não ressecáveis ou mestatáticas podem ser tratadas com graus variados de sucesso utilizando-se varias modalidades como: cirurgia; radioterapia; quimioterapia; imunoterapia; hipertermia; crioterapia; fototerapia; fotoquimioterapia; termoquimioterapia; e alternativos.

Quando se avalia um cão ou gato com tumor, o clínico deve ter em mente que na maioria dos casos os proprietários escolhem o tratamento, se lhes for dada tal opção. Apesar da eutanásia ser uma alternativa ao tratamento, todo esforço deve ser feito para investigar outras opções de tratamento.

Dependendo do tipo de tumor, do comportamento biológico, e do estágio clínico, o clínico recomenda uma ou mais das opções de tratamento. Além dos fatores relacionados ao tumor, outros fatores influenciam a melhor opção de tratamento: fatores relacionados ao paciente; fatores relacionados ao proprietário; fatores relacionados ao tratamento.

 

FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE:

Devemos sempre lembrar que o melhor tratamento para um tumor, não constitui o melhor tratamento para um paciente em particular ou o melhor tratamento do ponto de vista do proprietário. O fator mais importante relacionado ao animal é sua saúde geral e seu estado de atividade ou de desempenho. Por exemplo um paciente com atividade acentuadamente diminuída e sinais constitucionais graves (mau estado de desempenho)não pode ser um bom candidato a quimioterapia agressiva ou a anestesias repetidas para a radioterapia. A idade, não é um fator que deve ser levado em consideração quando da discussão com o proprietário com relação à terapia, pois um cão de 14 anos com excelente saúde é melhor candidato que um de 9 anos com insuficiência renal crônica. Os fatores relacionados ao paciente devem ser verificados antes de se instituir o tratamento específico do câncer (por exemplo: corrigir azotemia e melhora do estado nutricional com hiper alimentação enteral).

 

FATORES RELACIONADOS AO PROPRIETÁRIO  

A ligação proprietário animal é tão importante que quase sempre, dita o tipo de tratamento a ser utilizado. Por exemplo, os proprietários podem ficar tão apreensivos com a quimioterapia que podem recusar-se a tratar seu animal; portanto, é possível que o melhor tratamento não possa ser utilizado nesse paciente. O clínico deve estar sempre disponível para esclarecer as dúvidas do proprietário e guiá-lo nos momentos difíceis. Todas as opções de tratamento devem ser discutidas com o proprietário, enfatizando os prós e os contras de cada modalidade (efeitos benéficos; efeitos colaterais e sem tratamento). O clínico deve esclarecer o que acontecerá ou deveria acontecer durante o tratamento.

Outro fator que deve ser discutido com o proprietário diz respeito às finanças. Em geral, o tratamento de um animal com malignidade disseminada ou metastática é caro segundo o julgamento da maioria dos clínicos, mas são os proprietários que devem determinar se realmente é caro.

 

FATORES RELACIONADOS AO TRATAMENTO

Diversos fatores relacionados ao tratamento são importantes quando se planeja o tratamento do câncer. A indicação de diferentes modalidades de tratamento deve ser considerada. A cirurgia, radioterapia e hipertermia são tipos de tratamento destinados a erradicar um tumor localmente invasivo com baixo poder metastático, apesar de poderem ser usadas paliativamente em pacientes com doença extensa ou com metástase. Ao contrário a quimioterapia não constitui uma abordagem curativa (com exceção de cães com tumores venéreos transmissíveis tratados com Vincristina). A imunoterapia também constitui uma abordagem adjuvante ou paliativa. Em geral, é melhor usar um tratamento agressivo quando o tumor é inicialmente detectado (pois esta é a fase em que as possibilidades de erradicar cada uma das células tumorais são maiores) do que esperar até que o tumor esteja num estágio avançado.

Na maioria dos casos os maiores sucessos de tratamento são obtidos com a combinação de duas ou mais modalidades. Por exemplo, a combinação de cirurgia e quimioterapia (com ou sem imunoterapia) resultou em prolongamento significativo da sobrevida da doença em cães com osteossarcoma e hemangiossarcoma. Da mesma forma, a combinação de radioterapia com hipertermia resultou em prolongamento da sobrevida da doença em cães com fibrossarcoma da orofaringe.

As combinações e os efeitos colaterais das diferentes modalidades de tratamento também constituem fatores relacionados ao tratamento a se considerar no planejamento da terapia. A qualidade da vida deve ser mantida ou melhorada durante o tratamento do câncer. Isto é prioridade no C.M. LIFE VET.

O tratamento do câncer pode ser paliativo ou curativo (tratamento inicialmente conhecido como paliativo pode resultar em cura e vice-versa). Todo esforço deve ser feito no diagnóstico para erradicar toda e qualquer célula cancerosa do organismo (obter a cura). Com muito poucas exceções, as malignidades não regridem espontaneamente. Portanto, a demora no tratamento de um paciente com malignidade confirmada significa aumentar a probabilidade de que o tumor se dissemine local ou sistemicamente, diminuindo assim a possibilidade de cura.

Se a cura não puder ser obtida, os dois principais objetivos do tratamento serão a indução da remissão (diminuição da massa tumoral) e a boa qualidade de vida. Os tumores devem ser medidos antes e durante o tratamento. A qualidade de vida é muito importante na oncologia de pequenos animais. Em uma pesquisa com proprietários sobre a qualidade de vida de animais que receberam quimioterapia para malignidade não – ressecáveis ou metastáticas, mais de 80% responderam que a qualidade de vida de seus animais foi mantida ou melhorou durante o tratamento. Se a boa qualidade de vida não puder ser mantida, o tratamento deve ser modificado ou suspenso.

Tratamentos paliativos também são muito aceitáveis para pequenos animais com câncer.

A maioria dos cães e gatos com câncer é tratada por uma abordagem de equipe. Essa equipe inclui o animal, o proprietário, o oncologista clínico, o enfermeiro oncologista, o cirurgião oncologista, o radioterapeuta, o patologista clínico e o patologista. A interação entre os membros da equipe resulta em benefícios acentuados para o animal e seu proprietário. (Nelson-Couto)

Chanel

8. novembro, 2015|Mural de Fotos dos Nossos Pets|Comentários desativados em Chanel

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Manu

8. novembro, 2015|Mural de Fotos dos Nossos Pets|Comentários desativados em Manu

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Carcinoma de Células de Transição em Cães e Gatos

8. novembro, 2015|Casos Cirúrgicos|Comentários desativados em Carcinoma de Células de Transição em Cães e Gatos

RELATO DE CASO

 

Foi atendido no Centro Médico Veterinário Life Vet, um animal da espécie canina, raça pequinês, macho, de 13 anos, com quadro clínico de desidratação, mucosas pálidas, temperatura 37,9, bradicardia e bradipnéia.

Foi realizado uma terapia de suporte para estabilizar o paciente, e coletado sangue para hemograma, urina 1 e bioquímica. Foi solicitado USG abdominal.

No exame de urina foi encontrado grande quantidade de leucócitos e hemáceas.

 

Laudo Ultrassonográfico:

 

Fígado com dimensões normais, contornos regulares, bordas finas, parênquima  homogêneo e ecogenicidade reduzida – hepatopatia? toxemia?.  Arquitetura vascular  com calibre e trajeto

preservados. Vesícula Biliar com paredes finas e repleta por conteúdo anecogênico.
Rins simétricos (RE= 3,39cm e o RD= 3,97cm), em topografia habitual, contornos regulares e definidos, com dimensões normais e ecogenicidade mantida, com perda parcial da definição – senilidade? nefropatia?.

Relação de espessura córticomedular preservada. Não há sinais de litíase ou hidronefrose.
Bexiga urinária com repleção adequada, paredes finas e conteúdo anecogênico, com evidências de discreta quantidade de material ecogênico flutuante – celularidade. Em parede dorsal do pólo cranial, visibliza- se formação finamente grosseira, ecogênica,
com algumas mineralizações em permeio,  irregular, medindo cerca de 1,40cm x 1,1,15cm x  1,00cm, com evidências de discreta vascularização ao Doppler colorido – formação de origem a esclarecer.

Próstata em topografia habitual, simétrica, bilobada, contornos regulares e definidos,
parênquima finamente grosseiro, ecogenicidade mantida e dimensões aumentadas, com

cerca de 3,00cm (cr-cd) x 2,90cm (lt-lt) x 1,90cm (vt-ds) – prostatopatia.

Foi realizado um exame citológico com sonda uretral

 

EXAME CITOLÓGICO

 

MATERIAL: Sedimento urinário
MÉTODO DE COLETA: Sonda uretral
DESCRIÇÃO: O exame citológico revelou poucas células com núcleo e citoplasma arredondados dispostas em pequenos grupos e isoladas sugerindo origem epitelial.

Estas apresentavam discreto a moderado pleomorfismo, anisocitose e anisocariose, cromatina nuclear ligeiramente frouxa, poucos nucléolos evidentes, alta proporção núcleo:citoplasma e basofilia citoplasmática. Pequena quantidade de hemácias e núcleos livres  núcleos livres ao fundo da lâmina.
CONCLUSÃO: Achados compatíveis com neoplasia de origem epitelial: sugere pólipo vesical ou carcinoma bem diferenciado.

Após os exames o animal foi submetido primeiramente a orquiectomia com a finalidade de redução da prostatopatia.

Três semanas após foi realizada a cirurgia de bexiga para a retirada do nódulo existente. Foi realizado biópsia transcirúrgica e o laudo apresentado foi de quadro morfológico compatível com CARCINOMA DE CÉLULAS DE TRANSIÇÃO. As margens cirúrgicas encontravam-se livres de células neoplásicas, notou-se, porém invasão da camada muscular abaixo do nódulo.

O material foi enviado para anátomo patológico sendo confirmado o diagnóstico de carcinoma de células de transição.

 

 

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Carcinoma de Células de Transição em Cães e Gatos

8. novembro, 2015|Casos Clínicos|Comentários desativados em Carcinoma de Células de Transição em Cães e Gatos

Relato do caso

Foi atendido no Centro Médico Veterinário Life Vet, um animal da espécie canina, raça pequinês, macho, de 13 anos, com quadro clínico de desidratação, mucosas pálidas, temperatura 37,9, bradicardia e bradipnéia.

Foi realizado uma terapia de suporte para estabilizar o paciente, e coletado sangue para hemograma, urina 1 e bioquímica. Foi solicitado USG abdominal.

No exame de urina foi encontrado grande quantidade de leucócitos e hemáceas

 

Laudo Ultrassonográfico:

Fígado com dimensões normais, contornos regulares, bordas finas, parênquima  homogêneo e ecogenicidade reduzida – hepatopatia? toxemia?.  Arquitetura vascular  com calibre e trajeto

preservados. Vesícula Biliar com paredes finas e repleta por conteúdo anecogênico.
Rins simétricos (RE= 3,39cm e o RD= 3,97cm), em topografia habitual, contornos regulares e definidos, com dimensões normais e ecogenicidade mantida, com perda parcial da definição – senilidade? nefropatia?.

Relação de espessura córticomedular preservada. Não há sinais de litíase ou hidronefrose.
Bexiga urinária com repleção adequada, paredes finas e conteúdo anecogênico, com evidências de discreta quantidade de material ecogênico flutuante – celularidade. Em parede dorsal do pólo cranial, visibliza- se formação finamente grosseira, ecogênica,
com algumas mineralizações em permeio,  irregular, medindo cerca de 1,40cm x 1,1,15cm x  1,00cm, com evidências de discreta vascularização ao Doppler colorido – formação de origem a esclarecer.

Próstata em topografia habitual, simétrica, bilobada, contornos regulares e definidos,
parênquima finamente grosseiro, ecogenicidade mantida e dimensões aumentadas, com

cerca de 3,00cm (cr-cd) x 2,90cm (lt-lt) x 1,90cm (vt-ds) – prostatopatia.

Foi realizado um exame citológico coletado com sonda uretral.

 

EXAME CITOLÓGICO

MATERIAL: Sedimento urinário
MÉTODO DE COLETA: Sonda uretral
DESCRIÇÃO: O exame citológico revelou poucas células com núcleo e citoplasma arredondados dispostas em pequenos grupos e isoladas sugerindo origem epitelial.

Estas apresentavam discreto a moderado pleomorfismo, anisocitose e anisocariose, cromatina nuclear ligeiramente frouxa, poucos nucléolos evidentes, alta proporção núcleo:citoplasma e basofilia citoplasmática. Pequena quantidade de hemácias e núcleos livres  núcleos livres ao fundo da lâmina.
CONCLUSÃO: Achados compatíveis com neoplasia de origem epitelial: sugere pólipo vesical ou carcinoma bem diferenciado.

Após os exames o animal foi submetido primeiramente a orquiectomia com a finalidade de redução da prostatopatia.

Três semanas após foi realizada a cirurgia de bexiga para a retirada do nódulo existente. Foi realizado biópsia transcirúrgica e o laudo apresentado foi de quadro morfológico compatível com CARCINOMA DE CÉLULAS DE TRANSIÇÃO. As margens cirúrgicas encontravam-se livres de células neoplásicas, notou-se, porém invasão da camada muscular abaixo do nódulo.

O material foi enviado para anátomo patológico sendo confirmado o diagnóstico de carcinoma de células de transição.

Após 3 semanas teve inicio da quimioterapia com Doxorrubicina e Carboplatina num total de 4 ciclos a cada 21 dias alternado os medicamentos.

Durante o período de quimioterapia foi realizado o controle hematológico (hemograma, bioquímico e eletrolítico), urinário e também acompanhamento USG e radiológico.

Carcinoma de Células de Transição em Cães e Gatos

7. novembro, 2015|Patologias|Comentários desativados em Carcinoma de Células de Transição em Cães e Gatos

O Carcinoma de Células de Transição é o tumor maligno de bexiga, mais comum em cães, deve ser considerado nos animais idosos com hematúria, polaciúria e disúria-estrangúria. São raros em gatos, nos quais costumam ser detectados como um espessamento difuso da parede da bexiga durante a palpação ou no diagnóstico por imagem.

O mais frequente é o Carcinoma de Células de Transição surgir na região do trígono da bexiga, dai muitas vezes ser detectado à palpação retal. A ultrassonografia da bexiga ou cistografia com contraste duplo confirmam a existência de massa na bexiga. Para confirmar o tipo e o estágio do tumor, bem como estabelecer a natureza do tratamento específico, são necessárias biópsia e avaliação histopatológica do tumor.

Carcinoma de Células Escamosas em Gatos

7. novembro, 2015|Casos Clínicos|Comentários desativados em Carcinoma de Células Escamosas em Gatos

RELATO DE CASO

 

Foi atendido no CENTRO MÉDICO VETERINÁRIO LIFE VET, um animal da espécie felina, com 13 anos, fêmea, raça persa,com aumento de volume em mandíbula ramo direito, apresentado apatia, anorexia, emagrecimento e dor no local. Ao exame clínico foram constatados aumento de volume na região de mandíbula e nódulos na gengiva.

Foram solicitados exames bioquímicos, hemograma, Rx e tomografia.

Na Tomografia foi encontrada formação em tecidos moles, de densidade mista com presença de áreas de mineralização em permeio, realce heterogêneo ao meio de contraste, limites parcialmente definidos, localizada na face lingual do corpo mandibular direito, promovendo lise óssea e discreta reação proliferativa do mesmo. Tal formação estende-se desde a raiz do canino inferior direito até o terço caudal do corpo mandibular correspondente medindo aproximadamente 3,6 cm X 1,8 cm x 1,0 cm em seus maiores eixos.

Reabsorção – lise do terceiro e quarto pré molares inferiores direito.

Por meio de punção aspirativa com agulha fina foi realizada a citologia do ramo da mandíbula direita sendo encontrados achados compatíveis com neoplasia de origem epitelial: carcinoma de células escamosas associado à inflamação séptica.

Após exames complementares o animal foi submetido á mandibulectomia do ramo direito.

A mandíbula após retirada foi enviada para biópsia como resultado:

 

Avaliação Microscópica

  1. A) A análise microscópica do fragmento de formação mandibular revela múltiplos ninhos trabeculares sólidos com alta celularidade, composto de células neoplásicas epiteliais escamosas, por vezes contendo queratinização central. As células apresentam moderado pleomorfismo celular com discretas anisocitose e anisocariose. Possuem abundante citoplasma eosinofílico, com limites definidos, quando com aspecto acantolítico. Os núcleos são redondos a poligonais, basofílicos, com aspecto granular e exibindo um ou dois nucléolos evidentes. O índice mitótico é elevado com figuras de mitoses atípicas. As margens cirúrgicas de partes moles apresentam-se livres de células neoplásicas. Após o processo de descalcificação verificam-se múltiplos focos de invasão ao tecido ósseo e medular por parte das células neoplásicas, com sequestro ósseo e moderada reação periostal.
  1. B) A análise microscópica do fragmento de glândula salivar revela estrutura morfológica preservada e livre de alterações patológicas dignas de nota.
  2. C) A análise microscópica do fragmento de linfonodo revela estrutura morfológica preservada e livre de alterações patológicas dignas de nota.

Diagnóstico:

  1. A) Mandíbula: quadro morfológico compatível com Carcinoma de células escamosas.
  2. B) Glândula salivar: quadro morfológico livre de alterações patológicas apreciáveis.
  3. C) Linfonodo: quadro morfológico livre de alterações patológicas apreciáveis.