O Carcinoma Hepatocelular (CHC) é um dos poucos tumores primários de fígado,sendo incomum a ocorrência em cães, raro em gatos, ocorrendo com maior freqüênciaem ovinos.
As consequências potenciais da disfunção e insuficiência hepáticas incluem colestase e icterícia, encefalopatia hepática, várias perturbações metabólicas, alterações vasculares e hemodinâmicas e fotossensibilização em herbívoros. O principal meio diagnóstico é o exame ultrasonográfico e sua melhor forma de tratamento é a remoção cirúrgica.
INTRODUÇÃO
Os carcinomas hepatocelulares (CHC) são os tumores primários de fígado mais comuns, seguido pelo colangiocarcinoma e pelos sarcomas. São neoplasias incomuns em cães, raros em gatos, ocorrendo com maior frequência em ruminantes,
principalmente ovinos (MACLACHLAN e CULLEN, 1998, ETTINGER e FELDMAN,(2004).
Altamente maligna, de crescimento invasivo e geralmente quando diagnosticado encontram-se em condições inoperáveis. A grande maioria dos tumores hepáticos em cães e outras espécies são secundárias, ou seja, metástases de tumores de outros órgãos (BATISTA, 2008).
As causas prováveis ou possíveis de CHC em animais incluem Aflatoxinas, Nitrosaminas, Aramite, Trematódeos Hepáticos (Clonorchis spp, Platynosomun concinrum) e compostos radioativos como estrôncio e césio (SCHUCH e GRECCO,
2006; BATISTA 2008).
A idade dos animais acometidos varia de sete a quinze anos, com média de dez anos (SCHUCH e GRECCO , 2006), sendo que os machos são mais suscetíveis ao desenvolvimento desta enfermidade (BIRCHARD e SHERDING, 2003).
Apesar de ser um tumor de crescimento exuberante e invasivo, cães com neoplasia hepática, geralmente apresentam sinais vagos de disfunção hepática, que frequentemente não se manifestam até os estágios mais avançados da doença (SCHUCH e GRECCO, 2006, BIRCHARD e SHERDING, 2003).
Ao exame físico é comum detectar uma massa abdominal cranial ou uma hepatomegalia evidente (BIRCHARD e SHERDING, 2003), dependendo da espécie e da evolução da doença, podem ocorrer anorexia, letargia, perda de peso, polidipsia,
poliúria, vômito e distensão abdominal (ETTINGER e FELDMEN, 2004).
Como conseqüência da disfunção e insuficiência hepática os animais podem apresentar colestase e icterícia, encefalopatia hepática, alterações metabólicas, vasculares e hemodinâmicas e fotossensibilização em herbívoros (CULLEN e POPP, 2002).
Alguns pacientes podem evoluir para ruptura espontânea do tumor, caracterizada por dor súbita no hipocôndrio direito de forte intensidade, seguida de choque hipovolêmico por sangramento intra-abdominal (INCA, 2008; BIRCHARD e SHERDING, 2003.
Conforme a literatura, a sobrevida é de seis meses a um ano mesmo com remoção cirúrgica do tumor. Devido às manifestações clínicas serem inespecíficas, os exames de imagem, laboratoriais e histopatológicos são de grande importância
na determinação do diagnóstico (TILLEY e SMITH, 2003; BATISTA, 2008).
A ultra-sonografia frequentemente revela alterações focais, multifocais ou difusas na ecogenicidade hepática. O carcinoma hepatocelular geralmente se assemelha a uma massa hiperecóica focal (BIRCHARD e SHERDING, 2003).
O diagnostico ocorre por meio da punção de conteúdo dos nódulos hepáticos, porém alguns cuidados devem ser tomados para não colocar em risco a vida do paciente, como perfuração de vasos causando hemorragias, perfuração da vesícula
biliar, pneumotórax, peritonite biliar, peritonite bacteriana. Para evitar estes riscos deve-se realizar a punção acompanhada de exames de imagem como a ultrassonografia (TOSTES e BANDARRA, 2000).
O diagnóstico definitivo requer a obtenção de amostras do fígado por biópsia eavaliação histopatológica.
Esta pode ser feita através de uma laparotomia, onde se tem uma grande e única massa tumoral, pois a excisão da massa pode ser feita simultaneamente. Já a biópsia guiada por ultra-som, é útil no diagnóstico de envolvimento hepático focal ou difuso, mas o pequeno tamanho da amostra pode dificultar a diferenciação entre as diferentes neoplasias, sendo geralmente necessária uma amostra obtida por biópsia em cunha durante a cirurgia (BIRCHARD e SHERDING, 2003).
Em pequenos animais, na maioria dos casos, nenhuma quimioterapia é efetiva para o tratamento do carcinoma hepatocelular. A remoção cirúrgica do lobo hepático acometido é o tratamento mais eficaz (BIRCHARD e SHERDING, 2003). No pós-operatório visa-se avaliar possíveis hemorragias através de acompanhamento ultrassonográfico, monitoramento da pressão arterial, reposição de fluidos ou mesmo de sangue se necessário, além do uso de antibióticos, analgésicos e antiinflamatórios
(BATISTA, 2008)